domingo, 18 de outubro de 2015

Sim, há algo acontecendo no mundo. E eu, o que faço?

- As coisas estão mudando! As pessoas estão mudando, e o mundo está em transformação. Eu tenho certeza!
Eu estava exaltada, tentando argumentar com a minha irmã sobre o meu ponto de vista. Estávamos sentadas na cama, durante o feriado, discutindo sobre novos “modelos de vida”. Cada uma com o seu gadget, ela assistindo Netflix, e eu rolando as atualizações pelo Facebook. Quando quase desistindo da briga, sem mais subsídios, me deparei com o texto do Gustavo Tanaka intitulado “Há algo grandioso acontecendo no mundo”. Parei e li tudo, do início ao fim, sem piscar.
Ali estavam descritas todas as mudanças que eu percebo acontecendo no mundo, e ainda com uma mensagem “de esperança” para aqueles como eu, acreditam que é possível mudar.
Me senti acolhida, senti que não estava mais sozinha nessa. Me enchi de entusiasmo, e desde então venho pensando em cada um dos motivos explanados tão bem pelo Gustavo.
Deve haver solução! Tantas pessoas querendo mudar...
E num exercício de reflexão cheguei a algumas soluções para cada um dos itens abordados. E é claro que existem milhares de caminhos, possibilidades e saídas. Aqui estão somente as que eu acredito que poderiam dar certo.
Sim, o mundo está se transformando! E o que eu posso fazer?
1)      Ninguém aguenta mais o modelo de emprego. Nem eu!
Nos venderam a ideia de que sucesso profissional era alcançado com um cargo de chefia, com um bom salário, inúmeras responsabilidades, sendo importante para a empresa e com pouco tempo para a vida pessoal. Esse sucesso era necessário para sustentar a nossa “família Doriana” com todos os luxos que ela merece. Chegamos ao extremo do “trabalho por dinheiro”.
Acontece que os modelos de família estão mudando, e jovens como eu, na casa dos 30, não têm uma família com três filhos sentados à mesa no café da manhã. Então, trabalhar somente por dinheiro não faz mais sentido, ainda mais quando isso reflete na falta de tempo para a vida pessoal.  Além do dinheiro é preciso ter satisfação, é preciso ter um propósito.
E para encontrar essa satisfação, antes de mais nada, entendo que devemos conhecer a nós mesmos, entender quais são nossos pontos fortes, e aceitar aquilo em que não somos tão bons. E só através do autoconhecimento é que teremos coragem para encarar o medo da mudança, e escolher uma nova empresa alinhada aos nossos valores, ou concretizar aquele velho sonho de empreender.
Exemplos dessas mudanças são empresas que remodelam seus escritórios para criar um ambiente diferenciado para os seus funcionários, como a Google, ou ainda o novo movimento dos Nômades Digitais, de jovens que largam seus empregos tradicionais para trabalhar pela internet.
Existem alternativas, elas estão por aí. O que temos que fazer é parar, entender nossas frustrações, entender no que somos bons, as nossas paixões, aquilo que nos move, e criar coragem para partir para outra.
2)      O modelo de empreendedorismo também está mudando. E eu também estou.
Sim, é preciso empreender com propósito. Porque unir forças para enfrentar desafios e encarar as dificuldades de empreender, só faz sentido se essa empresa além de gerar dinheiro, também gere um impacto positivo para sociedade. Temos que empreender usando as nossas melhores habilidades, naquilo que somos apaixonados.
As startups nascem para solucionar problemas, problemas do coletivo, problemas nascidos de crises econômicas. Foi assim que nasceu o Banco Pérola, pensando em resolver um problema da sociedade. Essa é a hora de empreender pensando na comunidade, juntando forças com quem têm as mesmas paixões, e investindo tempo e suor naquilo que acreditamos.
3)      O surgimento da Colaboração. Até que enfim!
Os brasileiros culturalmente são desconfiados. Essa desconfiança em relação ao outro é histórica, vem da época do Brasil colônia, onde tudo e todos eram explorados, e sempre “passados para trás”. Talvez por isso tenhamos tanta dificuldade em confiar em desconhecidos, ou acreditar que eles possam nos ajudar.
Mas o movimento de colaboração começou no mundo todo, e negócios colaborativos estão surgindo. É o caso do Airbnb ou ainda do Couchsurfing. E os brasileiros, aos poucos, estão percebendo que é possível articular redes de relacionamentos para atingir objetivos comuns.
Temos que desenvolver essa habilidade de trabalhar em rede, de escutar outras opiniões, de contar com a habilidade do outro para o sucesso do nosso projeto. Oferecer nossas habilidades, colaborar com projetos existentes e compartilhar experiências. Esse é só o começo das redes colaborativas, muito mais está por vir.
4)      Estamos começando a entender o que é a internet. E como ela pode nos ajudar.
Há pouco tempo li que apenas 10% das pessoas que acessam a internet geram conteúdo para a rede. Isso ainda é muito pouco! Existem milhões de pessoas conectadas, diariamente buscando conteúdos em blogs e sites, ávidas por conteúdo de qualidade. Existe espaço para criação, existe espaço para qualquer um, independente da sua popularidade, produzir e criar conteúdo através da internet.
Exemplos disso são os videologs que se tornaram muito populares, como o da Jout Jout, com milhares de seguidores. Ou até mesmo o texto do Gustavo, alcançando milhares de pessoas em pouco tempo. Além dos blogs especializados, em viagens, moda, beleza, futebol, entre outros, que dão dicas e ensinam muito sobre os temas.
Através da internet é possível buscar inspiração, aprender com o outro, desenvolver habilidades, aprender com inúmeros webnários e e-books gratuitos. Há espaço para todos, para aprender, desenvolver e criar, temos apenas que dominar o nosso próprio espaço.
5)      A queda do consumismo. Que ele caia e nunca mais se levante.
Do que adianta ter uma conta bancária cheia de dinheiro se não há mais tempo para desfrutá-lo? Percebemos que qualidade de vida está muito mais ligada ao tempo, do que ao consumo desnecessário. Não precisamos do último modelo de carro ou celular, da última roupa da moda, da refeição no mais luxuoso restaurante, de 20 pares de sapato, mas precisamos de tempo para nos dedicarmos aquilo que gostamos, para cuidarmos da nossa casa, dos nossos relacionamentos pessoais, da nossa alimentação e do nosso corpo.
Redes de troca estão surgindo. É possível trocar aquilo que não precisamos por algo realmente necessário. É possível doar ou vender, e há muitas pessoas já fazendo isso. Como no site Enjoei, um brechó on line que está fazendo muito sucesso.
Precisamos nos questionar o quanto realmente necessitamos para viver bem. Temos que reavaliar gastos e consumos básicos, identificar a origem dos gastos supérfluos. E parar com a desculpa de “eu compro porque eu mereço, pelo meu trabalho duro”. Há de se mudar esse sistema de recompensas, há de se mudar comportamento.
6)      Alimentação saudável e orgânica. O cuidado com o corpo e com a alma.
Quantas vezes engolir qualquer coisa que aparece pela frente, no intervalo de uma reunião ou outra é a melhor opção? E de novo a desculpa de “eu mereço esse chocolatinho” é a mais usada por nós. Quanto da nossa alimentação passou por algum processo industrial antes de chegar na nossa boca?
Temos que, antes de tudo, ter consciência do que estamos ingerindo, buscar informação nos rótulos e pesquisar sobre uma alimentação mais saudável. E depois mudar hábitos alimentares, pouco a pouco. A quantidade de açúcar, sal e gordura que ingerimos diariamente ainda é muito alta, principalmente pela ingestão de produtos industrializados. Se mudarmos a escolha dos alimentos que ingerimos, muita coisa muda. Melhoramos nossa saúde, e na busca de alimentos com menos químicos nos aproximamos da produção local, fomentamos esse comércio e fortalecemos nossa comunidade.
7)      Despertar da Espiritualidade. A reconexão.
Na busca do autoconhecimento, para entender nossos potenciais, para promover mudanças de vida, a espiritualidade pode ser um caminho. Estamos tão desconexos do universo, do nosso verdadeiro eu, que temos, de alguma forma reestabelecer essa conexão. Seja através da meditação, de prática de yoga, ou de qualquer outra prática que nos coloque em contato profundo com nosso corpo e mente.
Os ensinamentos budistas, por exemplo, nos ensinam sobre desapego e sobre a efemeridade de tudo na vida. Isso ajuda muito em um tempo de mudanças constantes. Com o despertar da espiritualidade também se formam correntes do bem. A partir do momento que estou melhor, eu faço melhor, e deixo o mundo melhor. A verdadeira mudança começa dentro da gente.
8)      Movimento Descolarização. Não é só na escola que se aprende.
Com a informação disponível em alguns cliques, já não faz mais sentido ensinar com a metodologia de acúmulo da informação, de “decoreba”, como era antigamente. A informação está disponível, o que temos que aprender é utilizá-la da melhor forma, e formar cidadãos que atuem para o bem comum, que pensem no coletivo e que aos poucos também mudem a nossa economia.
Há como se desenvolver muitas habilidades pela internet, como é o caso do Duolingo, que está mudando e facilitando a maneira de aprender uma outra língua.  Há como aprender sobre qualquer coisa, sobre qualquer tema. Temos que explorar ainda mais essas alternativas de aprendizado, e compartilhar informações e habilidades com a nossa rede. Isso sim, será uma revolução!
9)      Sustentabilidade. (esse item inclui por minha conta)
Estamos novamente nos aproximando da natureza, procurando cada vez mais, ter contato com a terra e com a água. Estamos ficando mais conscientes em relação ao meio ambiente, as fontes poluidoras, a geração de resíduo e ao impacto que isso gera para o mundo. Isso muda a forma como os produtos são fabricados e vendidos, como os edifícios são construídos, muda a economia.
Estamos mais conscientes sobre os direitos humanos, estamos discutindo abertamente assuntos que há bem pouco tempo eram muito polêmicos como a injustiça de gênero, de classes, da discriminação contra homossexuais, negros e mulheres. Ainda são assuntos delicados, mas aos poucos estão ganhando espaço na política e até nas instituições religiosas. Muitas pessoas públicas estão se posicionando a respeito e inclusive marcas, como o Boticário, deixando claro para o seu consumidor qual o seu posicionamento. Isso muda tudo, muda o mercado, muda a forma de relacionamentos, muda a nossa percepção sobre o mundo.
Sim, há algo grandioso acontecendo no mundo, e temos que começar a nos mexer!


Tempos de mudança
 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

O amor em tempos de Tinder.

Depois de 15 dias de conversa pelo Skype eu estava embarcando pra Bangkok, pra conhecer o Paquistanês que tinha conquistado o meu coração...

Sou usuária do Tinder há alguns anos, e costumo dizer que é como fazer parte de um grande experimento social. Lá consigo elaborar muitas teorias sobre amor e relacionamentos, e ainda testar muitas outras. Ah, se Platão vivesse em tempos de Tinder, eu e ele seríamos grandes amigos.

É engraçado, que pra começo de história, muita gente tem vergonha de dizer que está no Tinder, ou ainda afirma que não precisa disso pra conhecer pessoas, ou que tem medo. Tsc, tsc, tsc! Bobinhos! O Tinder nada mais é do que “sair pra paquerar” sem ter que sair de casa. É como se eu estivesse em todos os bares, programas cults e parques da cidade, ao mesmo tempo, sem gastar dinheiro ou fôlego. E ainda com a vantagem de saber que a pessoa está disponível, e que também tem interesse por mim. Uaaaauu, isso é fantástico!

Eu, por exemplo, defini alguns critérios para otimizar ainda mais o meu tempo no aplicativo. Não dou "likes" para selfies dentro do carro (1 em cada 3 homens tem uma foto dentro do carro) - se o carro é o mais importante pode ter certeza que não temos muito em comum. Não dou like para quem tem uma única foto no perfil - assim é fácil parecer bonito! E nem para fotos mal tiradas, de má qualidade- se a pessoa não tem ao menos uma foto legal, que algum amigo tirou, é que essa pessoa não anda fazendo muitas coisas legais ultimamente. Tá, entre outras coisas óbvias, como fotos de sunga ou no espelho da academia.

Aos outros que aparecem, dou uma chance, leio os seus profiles e me dedico à olhar os detalhes na foto. Hoje mesmo eu dispensei um menino que em uma das fotos usava uma camisa da Dudalina..."Que horror Marina! Que preconceito!"

Sim, acontece que nesse mundo de relacionamentos virtuais, o que mais usamos são os nossos pré conceitos para julgar quem está lá do outro lado. Não tem outra forma. No mundo do Tinder o Eduardo nunca teria saído com a Mônica. Eles eram muito diferentes...

Talvez por isso que eu estou em constante conflito com os acontecimentos Tinderianos. Não quero deixar de conhecer pessoas pelo meu julgamento, quero ter a oportunidade de ser surpreendida, assim como quando eu conhecia um carinha na balada, nos meus áureos tempos de noitada. E foi por essa razão que estabeleci uma outra regra: não troco Facebook antes de conhecer pessoalmente. Já não basta todos os julgamentos prévios? Ainda precisamos ver a vida inteira da pessoa antes de sair pra tomar um café? Esses dias, um menino disse que não sairia comigo se antes eu não me tornasse sua amiga no Face, por segurança. Por segurança a Monica nunca teria trocado telefone com o Eduardo e muito menos teria ido encontrá-lo no parque da cidade. Se a pessoa tem medo de marcar um encontro pra um café provavelmente nunca terá coragem de colocar o pé na estrada sem destino. Então, de novo, pouco temos em comum.

Acontece que escrever sobre o Tinder é escrever sobre os relacionamentos modernos. Relacionamentos que nascem da obsessão de encontrar alguém que se encaixe em pré-requisitos, em regras pré-determinadas. "Não faço isso, não faço aquilo. Pra ficar comigo tem que ser assim ou assado. Quero um relacionamento desse e desse jeito." Sem deixar espaço pro acaso, pro diferente, espaço pra quebrar a cara e aprender com as frustrações, pra testar todos os tipos de relacionamento. 
As pessoas têm medo de experimentar, e esperam a perfeição sem nunca ter experimentado o imperfeito. O Tinder é apenas uma ferramenta para os relacionamentos atuais, não muda nada do que aconteceria naturalmente.
E esses indivíduos estão tão obcecados em encontrar alguém que se encaixe em um certo estereótipo que acabam se iludindo. E depois, lá na frente, se dão conta que estão com alguém diferente daquilo que haviam idealizado. Veja só! Agora é tarde demais!
Eu, ainda quero me jogar de cabeça, me entregar, viver intensamente, me apaixonar. Já quebrei a cara umas tantas vezes, meu coração já ficou em frangalhos, mas isso não é motivo pra recuar. E foi assim, desse jeito intenso, que eu conheci o Muhammad, pelo Tinder, numa breve passagem por Bangkok. Começamos a conversar só depois que eu já estava a milhares de kms de distância, na Indonésia. Ele não se encaixava em nenhum pré-requisito. Ele era mulçumano, paquistanês e estava à milhas de distância, mas mesmo assim algo me atraiu. E mesmo com tudo diferente veio meio de repente uma vontade de se ver, e os dois se encontravam todo dia e a vontade crescia como tinha que ser...

Voltei pra Bangkok para conhecê-lo, sem contar nada pra ninguém (quantas pessoas me chamariam de louca por isso)! Quando nos vimos pela primeira vez parecia que já nos conhecíamos há séculos. Vivi uma das melhores semanas da minha viagem ao seu lado. Ele era carinhoso, engraçado, e conversávamos por horas dos mais diversos assuntos. Inclusive sobre a minha descrença em Deus e sobre seu orgulho por ser muçulmano paquistanês.
Eu fui embora, como previsto, mas ganhei um amigo. Hoje continuamos conversando por Skype, sempre que da. E aprendi pela experiência que relacionamentos podem surgir assim, em qualquer lugar, pelo Tinder, até com a pessoa menos provável. Porque o mais importante nessa vida são as pessoas que conhecemos, e o que nos permitimos aprender e viver com elas. Esses serão os momentos que vamos lembrar pra sempre, e não aqueles que gastamos sentados no sofá vendo fotos de desconhecidos passar pela tela do celular.
E quem irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração, e quem irá dizer que não existe razão...

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Podia ser pior!

Toca o despertador as 9. Levanto com a cara péssima depois de uma noite de insônia. Penso, "podia ser pior, ser obrigada a acordar mais cedo, ainda bem que eu moro ao lado do trabalho."
Vou pra cozinha, preparo o meu mamão cortadinho com sucrilhos integral industrializado e como correndo. "Podia ser pior, e ter que comer um pão de queijo do boteco, assim como nos dias em que saio correndo para uma reunião."
Tomo banho, me enrolo na toalha e começo o processo de escovar o cabelo e fazer maquiagem. "Podia ser pior, o meu cabelo é bem fininho e seca rápido, e de maquiagem só 4 produtinhos."
Corro pro quarto, coloco o meu vestido novo, minha calcinha que aperta a barriga, e aquele salto alto pra ficar ainda mais elegante. Me sinto linda, mas bem desconfortável. "Podia ser pior, ao menos eu tenho dinheiro pra comprar um vestido novo e um sapato elegante."
Passo a manhã no trabalho e no intervalo do almoço corro pra manicure, e depois passo em casa pra comer legumes congelados e ovo. "Essa podia ser bem pior, pelo menos posso fazer a unha toda semana, e ainda comer em casa quase todo dia. Que sorte!"
No fim do dia me arrasto pra casa, estou morta de cansaço. "Af, podia ser pior, pelo menos eu gosto do meu ambiente de trabalho, apesar de trabalhar com algo que pouco me motiva e já não fecha com os meus valores."
Coloco uma roupa de academia e arrastada pela Francine vou malhar. "Odeio malhar, mas podia ser pior, pelo menos tenho a Fran pra me acompanhar e a academia é perto de casa."
A rotina durante a semana é cansativa, mas nos finais de semana, tenho dinheiro pra me divertir em bares legais e restaurantes caros, e como estou longe da família tenho tempo de sobra pra gastar nas noites paulistanas.
"É, a minha vida é realmente perfeita, não tenho do que reclamar, levo uma vida saudável e com excelente qualidade de vida."
E foi assim que eu pensei por muito tempo, até que um dia eu percebi que, " a minha vida podia ser bem melhor"!
Hoje o despertador raramente toca pela manhã, mas mesmo assim acordo cedo, depois de uma boa noite de sono. Se o dia amanhece bonito, coloco o tênis emprestado da minha mãe e vou correr. Se não, deixo pra mais tarde. Ou então vou caminhando até algum compromisso e já incorporo o exercício nas atividades do dia a dia.
Faço o meu pão integral sem conservantes, preparo meu suco natural. Como cada vez menos doces, lacticínios, gorduras e carne. Naturalmente, apenas prestando atenção no que o meu corpo diz. Ele é sábio e avisa o que eu devo fazer.
Não uso mais salto, nem vestidos novos. Minha roupa básica é uma calça jeans e um All Star. Não comprimo a barriga com calcinhas apertadas, ela faz parte do corpo que tenho, não tenho que ter vergonha disso. Não faço mais escova no cabelo, que agora mais curto, seca rápido e fica mais crespo. Não uso maquiagem, no máximo um BB cream com proteção solar. Não faço mais a unha no salão, eu mesmo corto e hidrato as cutículas.
Não tenho mais aquele bom salário, não tenho mais dinheiro para frequentar bons restaurantes, nem para ir à bares caros toda semana. Não tenho carro. Tenho os meus pais por perto, e não gasto nem 1/4 (- de 25%) do que gastava quando trabalhava em São Paulo. Trabalho em casa, a hora que me sinto mais confortável. Economizo no que posso, não compro nada que não preciso, mas me alimento melhor e tenho tempo pra ir caminhando até o supermercado, pra fazer uma faxina na casa, meditar e ler.
Sei que essa fase da vida poderá ser passageira. O dinheiro acumulado, naquela fase ali de cima, vai acabar. Talvez, dependendo do rumo das coisas, será difícil ter uma vida como a que levo agora. Mas hoje eu sei que posso viver com menos dinheiro e de uma forma mais simples, e é isso que eu quero e que busco para a minha vida. É uma vida assim que me faz feliz.
Aprendi que uma vida saudável nada tem a ver com malhar enlouquecidamente numa academia depois de um dia estressante de trabalho, ou comer legumes congelados nas refeições e passar cremes caros pelo corpo.
Hoje entendo o real sentido da tão famosa frase "Você tem que se cuidar!" "Pode deixar, estou cuidando muito bem de mim! :)"
O pão integral com castanha e papoula que fiz hoje.