quarta-feira, 30 de julho de 2014

Faltam 3 dias para o embarque

Faltam SÓ três dias! Setenta e duas horas, 30 minutos e alguns segundos (provavelmente bem menos agora que você está lendo isso), e eu estou com medo, muito medo. Não! Não! Alegria... ansiedade? Nervosismo?

Gostaria de saber descrever todos os sentimentos que têm tomado conta de mim nos últimos dias, mas acho que é humanamente impossível. Impossível porque eu mesma não sei que sentimentos são esses. Tenho tentado identificá-los a cada hora que passa, mas são tantos que as vezes o choro confunde-se com a risada.

Acordei feliz depois da noite reconfortante, passadas algumas horas gritei de alegria com um email que recebi de um possível trabalho na Colômbia, há 30 minutos atrás esbravejei de raiva com uma ligação da corretora. Ainda pela manhã chorei, chorei e solucei depois de uma decepção boba. Aaaa, e teve o momento em que fiquei confusa para tomar uma decisão importante, e em seguida fiquei tão ansiosa que deu dor de barriga. Cinco minutos atrás briguei com o meu cérebro que criava expectativas de coisas que podem não acontecer, e há uns 2 minutos atrás sorria pelo almoço delicioso que tive.

E isso tudo aconteceu nas últimas horas, se eu juntar todas as horas dos últimos dias devo identificar uns 200 sentimentos diferentes. Tudo bem, eu sei que essa confusão mental é normal, que qualquer um que passa por uma situação de mudança, que encara o desconhecido, sente um frio na espinha. Já ouvi isso de muita gente: é normal, vai passar!

Mas enquanto não passa tenho tentado lidar com tudo isso da melhor maneira possível. Respirar fundo, chorar de vez em quando, manter a calma e continuar com um pé depois do outro. Acho que o segredo é esse. Pelo menos pra mim tem funcionado bem. Tento evitar ao máximo os pensamentos ruins, as saudades que me consomem, fujo desesperadamente desses pensamentos toda vez que eles surgem, e tento ser positiva. Isso é uma coisa que descobri há pouco tempo atrás, que sei fazer bem. Ter pensamentos positivos, saber que tudo vai dar certo, ver o melhor de cada situação, sorrir sempre, e aí a energia boa flui, tudo começa a dar certo, e o mundo sorri de volta!

Não significa que dar esses passos seja algo fácil. Confesso que já pensei em voltar atrás algumas vezes, de pedir meu emprego de volta, de dar uma pausa e voltar a fita lá pro início onde ainda era possível fazer tudo diferente e pensar diferente.

Mas a vida é assim, existem coisas que simplesmente não voltam. Eu provavelmente nunca conseguirei viver numa vida padrão, dita por aí como normal. E sei que o simples fato de embarcar num avião e cruzar uma fronteira não mudará as coisas. Não é porque estarei num país que fala outra língua que deixarei de lado todos aqueles hábitos que incomodam, ou que serei mais saudável, ou que serei mais calma, que pensarei diferente, que meus problemas sumirão, ou que voltarei ao Brasil e encontrarei o emprego dos sonhos. Achar isso seria uma ilusão.

A minha esperança, e o caminho que pretendo encontrar, é de quando chegar a hora de voltar ao Brasil continue sendo a Marina. Talvez não exatamente a mesma, mas a Marina que algumas pessoas conhecem na sua essência, a Marina confusa do dia de hoje mas com um repertório muito maior, com poucas certezas e muitas dúvidas, muito mais confiante, com uma vontade ainda maior de viver e se permitir, de fazer o bem, de mudar o mundo e as coisas que estão erradas, uma Marina tão feliz e agradecida como a que hoje escreve isso.
De algum lugar do Facebook!
 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

O Rio de Janeiro continua lindo!

Algum tempo atrás, assistindo ao filme Flores Raras (excelente drama brasileiro lançado em 2013, dirigido por Bruno Barreto), logo nas cenas iniciais do filme, em que a poetisa americana Elizabeth Bishop chega ao Brasil de navio, lembrei da minha primeira vez chegando ao Rio de Janeiro também de navio. Aaa, quanta nostalgia!
Acho que são poucas pessoas, em pleno século XXI, que têm a oportunidade de conhecer a cidade maravilhosa sob o ponto de vista da Baia de Guanabara. Lembro bem da sensação que tive. Se fechar os olhos consigo sentir o cheiro do mar, sentir o sol, ver como era lindo o Cristo Redentor, lá no alto, de braços abertos esboçando um sorriso, feliz em me ver chegar na varanda da cabine do navio.
Estávamos na segunda edição da "Viagem das Filhas", era fevereiro de 2008. Um cruzeiro, daqueles pacotes CVC, em que você paga para duas pessoas, o terceiro passageiro paga metade do preço, e criança também paga metade. Aí já viu né? Nem preciso explicar! Eu, meu pai e minhas duas irmãs estávamos no cruzeiro mais aventureiro de todos os tempos. Detalhe, o cruzeiro era “all inclusive”, ou seja, comida e bebida de graça o dia todo. BE-BI-DA de graça o dia todo! Era fevereiro, período de férias pós-carnaval. Pencas de famílias aproveitando as promoções, grupos de amigos dançando Axé na beira das minis piscinas do navio e bebendo até cair, um verdadeiro “show de horrores”.
Eu e minha irmã mais velha resolvemos que passaríamos o tempo que estivéssemos dentro do navio alcoolizadas, e bebíamos Cosmopolitan dia e noite. Sábia decisão madura! Meu pai e minha irmã menor não saiam da cabine onde eles assistiram a toda programação de filmes do navio. Quando parávamos em terra aproveitávamos para conhecer as cidades, e foi assim que pisei pela primeira vez no Rio de Janeiro.
Descemos no porto do Rio, pegamos uma van e fomos direto para o Corcovado para tentar tocar o pé do Cristo Redentor. Foi lindo ver o Rio de Janeiro lá de cima. É claro que havia um milhão de turistas e era impossível conseguir tirar uma única foto, mas mesmo assim valeu subir até lá para ouvir as explicações do “homem bússola” (meu pai) sobre a cidade em que ele morou quando era criança.
Nessa primeira vez no Rio de Janeiro foi isso que eu vi: uma cidade linda, única (como eu gosto de dizer), com uma beleza natural estonteante, com o verde do morro, com pessoas alegres, com um céu azul, e ainda quando o navio estava deixando o porto eu vi o Museu do Niemeyer de Niterói. Que maravilha! Que obra de arte! Só um gênio como o Niemeyer para projetar algo como aquele museu. Foi uma bela despedida, deixando um gostinho de quero mais!
Parte II
Não sei bem quando o Rio de Janeiro passou a ser uma paixão na minha vida. Talvez depois do meu primeiro Carnaval, ou talvez depois de algum pôr do sol no Arpoador, um fim de tarde em Copacabana, depois de um Chopp no Leblon, ou quem sabe de uma aterrisagem no Santos Dumont, numa caminhada num dia de semana na Av. Rio Branco, ou depois de uma noite de samba na Casa Rosa. Realmente eu não sei. Só sei que essa cidade é medonha, é sacana, é até um pouco indecente, às vezes acho que devia ser proibida para algumas pessoas, pois pode se tornar viciante, como aconteceu comigo.
Depois que mudei para São Paulo passei a acompanhar umas obras no Rio de Janeiro e as minhas visitas tornaram-se frequentes. E aí uma coisa leva a outra, fiquei um final de semana com a Olívia na casa de sua tia, e depois passei a vir pra casa da própria Olivia no Catete. Foram inúmeras as vindas ao Rio, três carnavais com os amigos de Porto Alegre, algumas estadias na casa da Fran, em Niterói, algumas vezes em hotéis, em apartamentos alugados e até num hostel eu já fiquei.
A despedida
Fico pensando em tudo o que aconteceu comigo nessa cidade. Os inúmeros encontros com grandes amigos, as paixões de Carnaval, os novos amigos que fiz, as boas risadas, os lugares que conheci e vi. E tento entender porque essa cidade é tão especial, o que há nela que me deixa assim, tão apaixonada? Não sei bem responder, mas imagino que a resposta esteja nas pessoas, nas pessoas que estão por aqui e que cruzam meu caminho todas as vezes.
E por tudo isso eu precisava vir me despedir da cidade, precisava passar pelos lugares e resgatar as boas lembranças que essa cidade me proporciona. Foi maravilhoso, acho que ela ficou feliz em me ver.  Será um “até breve”, logo volto para reencontra-la... disso eu tenho certeza!
P.S: Obrigada especial a minha amiga Olivia que permitiu que sua casa fosse também minha nessa última semana! Te amo florzinha, você também torna essa cidade ainda mais especial.
Com os novos amigos
Itacoatiara, paraíso na terra

Em Niterói, estilo Sex and the City!

No Maracanã em construção

Bixcoito Globo e Mate

Aaaa o Rio!

Asa Delta

Com as amigas de POA

Com bons amigos

Carnaval!

No tubo do Madureira

Pôr do sol

No jardim botânico

Amigos

Outro Carnaval

MAR

O centro do Rio!
 

quinta-feira, 17 de julho de 2014

As unhas vermelhas!

Um dia olhei pras minhas unhas muito bem pintadas de vermelho e pensei: como será olhar pras minhas unhas daqui uns meses? Será que vou ser obrigada a fazer um curso on line de manicure, ou daqui um ano elas estarão tomadas de cutículas e tão quebradiças que eu nem mesmo vou conseguir olhar pra elas?
Eu faço (ou fazia até bem pouco tempo atrás) às unhas toda a semana na manicure. É um hábito que criei. Não sou extremamente vaidosa, nunca liguei muito pros padrões de beleza, mas as unhas estão sempre bem cuidadas...mas e agora? Agora não terei mais as unhas pintadas de vermelho.
A primeira pessoa que pensei foi na Juju, que é uma exímia manicure! Ela poderia realizar um trabalho comunitário no Camboja e suas unhas continuariam impecáveis. Eu não, vou ter que me virar com uma tesourinha de unha e uma lixa, que é tudo que sei usar.
Mas as unhas são só um reflexo dessa vida mais simples. Nessa vida nova não haverá espaço pra pensar nas unhas vermelhas, na mesma roupa que usarei todos os dias, no conforto do meu travesseiro, na praticidade de ter tudo por perto na hora que desejar. E pensar nisso tudo não me deixa nem um pouco triste, muito pelo contrário, quando imagino minhas unhas curtinhas penso em todas as coisas que perderei para ganhar outras que me farão ainda mais feliz.
É claro que não da pra prever tudo e ter certeza de como será daqui pra frente, mas até essa incerteza é prazerosa. Não saber se a viagem vai realmente levar um ano, se vai tomar o rumo que eu imaginei, se as minhas unhas estarão vermelhas, brancas ou pretas de terra. Todas essas incertezas trazem alegrias e deixam um sorriso estampado no rosto.
Pelo menos ainda tenho a chance de encontrar a Juju em alguma parte da viagem e tentar convencê-la de pintar as minhas unhas de rosinha!
 
Em uma viagem à Paraty, quando até as unhas do pé eram pintadas de vermelho.
 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Agora que faço tudo na vida!

Ontem à noite um amigo mandou uma mensagem dizendo: agora que você não faz nada da vida... e eu instantaneamente lembrei quando eu mesma repeti essa frase, há um mês atrás, para um casal de amigos que também estão num processo similar ao meu. Eles prontamente corrigiram: agora que você fará TUDO na vida, tudo aquilo que você sempre quis fazer e não tinha tempo.
Bom, acho que é isso que tem acontecido.  menos de uma semana que estou oficialmente sem emprego e tem faltado tempo pra fazer tudo aquilo que gostaria de fazer. Aconteceu tanta coisa nesse último mês que não consegui parar pra escrever (eu sei, estava devendo isso pra vocês) Então pensei em resumir aqui o que se passou desde o último post.

DespedidasApesar de despedida ser algo bem difícil e doloroso, sempre há um lado bom de "dizer tchau". Quando se está indo embora, todos aqueles encontros que há muito tempo estavam sendo postergados agora têm prazo pra acontecer.
E foi na urgência do prazo que consegui encontrar alguns amigos que há muito tempo não via. Marquei inúmeros almoços com amigos queridos para aproveitar os meus últimos dias por aqui. Fui convidada para um jantar especial. Organizei alguns eventinhos aqui em casa pra estar mais perto de todos (os jogos da Copa estão ajudando nesse sentido). Fizemos um Happy Hour de despedida do trabalho, na última sexta, com muitos bons amigos, que rendeu uma balada até o outro dia pela manhã. Não tinha como ter sido melhor! 
Fizemos um almoço despedida com o grupo Almoço Ativo. Encontrei uma amiga que mora longe por algumas horas só para um último abraço. Abracei muito, abraços apertados e demorados, daqueles que você fecha os olhos pra tentar registar pra sempre na memória. E nesse sábado vou à Porto Alegre para mais uma série de despedidas, almoços e jantares com pessoas muito queridas. Realmente não está fácil achar horário na  agenda, muito mais difícil de quando preenchia o meu tempo com reuniões.

Almoço Ativo

A turma dos 6 anos de CTE
A turma do Noisy
Feliz!
Desapegando- Essa acho que tem sido a parte mais chata. É inacreditável a quantidade de coisas que eu consegui acumular nesses últimos seis anos em São Paulo! E depois ainda reclamo que não sei pra onde vai o meu dinheiro. 
Fiz uma primeira “leva” há mais ou menos um mês, de roupas e outras coisas para Porto Alegre. Fim de semana passado minha mãe veio pra cá ajudar com a mudança, e levou mais uma mala cheinha de coisas. Agora nesse sábado levo mais três malas pra POAmesmo assim tive que me desfazer de muita coisa. O lado bom disso é que fiz um bazar na segunda passada para as amigas e consegui faturar quase R$1.000,00, (mais uma ajudinha pra viagem) e o melhor de tudo é que fiquei muito feliz em saber que as minhas roupas estarão sendo usadas pelas minhas amigas queridas. Ainda tem um monte de coisas pra desmobilizar do apartamento antes que o novo morador chegue por aqui. Não tá fácil! 
 
As mulheres do Bazar
Visitas- Recebi a visita de um casal de amigos muito queridos, que vieram de longe passar o final de semana em São Paulo, e dividiram comigo momentos deliciosos. Minha mãezinha também veio passar um fim de semana comigo.
Amiga estrelada!
Amizade de mais de 20 anos!
 
Jogos da Copa- No meio de toda essa confusão ainda consigo tempo para assistir alguns jogos da Copa, confesso que nunca achei que estaria tão comprometida em assistir aos jogos como estou.

Preparativos da viagem- Já tenho no passaporte um visto para os EUA e outro para a Índia. Deu um trabalho tirar esses vistos... Passei no banco e ajustei vários detalhes na conta, além de tirar várias dúvidas de como farei com o meu dinheiro quando estiver longe. Solicitei um cartão de crédito extra, fiz inúmeros exames médicos, agora falta uma última consultaComprei uma mochila, um casaco térmico, uma bota de caminhada. Agora tenho um computador pessoal (há 6 anos que só tinha o computador da empresa). Ganhei uma câmera fotográfica de um amigo muito especial. Já tenho algumas passagens. Falta ainda o seguro de viagem, e alguns trechos de passagem. Compramos uma passagem pra mãe me encontrar em outubro. Estou mais uma vez reajustando o roteiro da viagem, e agora inclui a trilha Salkantay em Machu Pichu e também uma visita em Cuba antes de voar para a Europa.

Liberdade e ajustes a nova rotina- Ainda não consegui estabelecer uma nova rotina ou entender muito bem como funcionará essa nova vida. Por enquanto tudo parece férias! Afinal de contas fazer um bate volta na praia em plena quinta-feira é só para quem está de férias, certo? E falar para pessoas que eu não conheço que estou num ano sabático também está sendo bem estranho. Fora essa liberdade de fazer o que se quer na hora que quiser, não colocar o relógio pra despertar antes de dormir, não saber exatamente como vai ser minha próxima semana, a próxima viagem... isso tudo causa uma certa confusão, mas acho que ainda é muito cedo. Aos poucos devo me adaptar a essa nova rotina de não ter rotina.
São Pedro, Guarujá, dia muito especial!

Nada na vida é por acaso- Tudo parece fluir, o universo conspira pra que tudo aconteça da melhor forma. Eu acredito muito em pensamento positivo e boas energias, e acho que tenho atraído muito boas energias para o mecaminho. Uma série de coisas legais estão acontecendo, de contatos estão surgindo, de dicas valiosíssimas aparecendo, de encontros marcados durante a viagem. E a tendência, com o pé na estrada, é que tudo fique ainda melhor.

Próximos dias- A programação para os próximos dias inclui uma semana em Porto Alegre e uma semana no Rio de Janeiro! Uma festa de despedida oficial, já agendada no dia 26 de julho. E pequenos afazeres de preparativos para a viagem.

Estou super animada, feliz, um pouco ansiosa e muito otimista. Nunca estive tão certa de tudo o que estou fazendoE vamos que vamos, que essa vida nova é boa mas precisa de dedicação!