Às vezes somos surpreendidos positivamente, e às vezes nem
tanto, pelos lugares que escolhemos para fazerem parte do roteiro da nossa
viagem. Diria que a Colômbia enquadra-se nesses destinos surpresas. Bogotá, a
capital do país, me surpreendeu de um jeito não muito positivo, achei que a
cidade seria mais bonita e moderna. Cartagena também foi uma surpresa, achei
que chegaria lá e me jogaria na beira da praia de areia branca com mar azul e
só sairia oito dias depois. Também não foi bem assim. Mas aí o país me
surpreendeu com a moderna Medellin, e com as belas paisagens de Tayrona e
Salento, lugares que eu nem sabia que existiam antes de vir pra cá, e principalmente
com a hospitalidade, gentileza e alegria do povo nas ruas.
Assim que cheguei em Medellin, um pouco perdida depois de
ter descido de um ônibus vindo do aeroporto, em um terminal de ônibus, pedi
ajuda à um policial que organizava o trânsito, no meu maravilhoso espanhol. Ele
parou o que estava fazendo e tentando falar em Inglês, acho que para praticar
ou achando que eu não entendia espanhol, me acompanhou até a porta da estação
do metrô para ter certeza que chegaria ao local em segurança. Depois disso pedi
ajuda para umas outras cinco pessoas no caminho do hostel (era um pouco difícil
achar esse lugar) e todas ajudaram com sorriso no rosto e se esforçando ao
máximo para eu acertar o caminho.
Cartagena guarda na sua cidade murada muitos encantos, mas o
bairro em que estive hospedada, fora dos muros da cidade antiga, foi uma deliciosa
descoberta. Era como um bairro antigo, onde no meio de restaurantes e novos
hotéis charmosos ainda preservam-se casas de antigos moradores da região, uma
mistura e tanto. Eu e a mãe nos apaixonamos pela praça do bairro onde haviam
pequenos restaurantes com mesas na calçada e banquinhas com comida de rua.
Jantamos lá vários dias de nossa estadia.
As praias da cidade, ao contrário do que eu pensava, eram
feias, com areia escura e mar também escuro. Para chegar à uma praia de foto de
revista, era preciso tomar pequenos barcos e navegar por aproximadamente uma
hora até uma ilha de areia branca. Acho que todo esse esforço era recompensado
quando avistávamos, ainda do barco, aquela prainha esperando por nós.
Cartagena é realmente um ponto turístico de viajantes do
mundo todo, isso significa ter que brigar com vendedores ambulantes na praia para
ter um pouco de sossego e também pagar mais caro por tudo. Já o Parque Nacional
Tayrona, próximo a Santa Marta, reservava pra nós muito sossego. O lugar é
simplesmente lindo. Para chegar até as praias e hospedagens é necessário fazer
uma trilha de uma hora, talvez um pouco mais, e acho que isso ajuda a deixar o
local ainda mais interessante. Eu amei esse lugar, poderia passar uma semana
por lá, simplesmente fazendo nada, mas tínhamos que seguir viagem.
Como já disse anteriormente, a Colômbia surpreendeu também
por sua culinária, umas das melhores até agora nessa viagem. A comida é
simplesmente deliciosa, e a cada dia que passa me apaixono ainda mais pela
comida. As arepas já fazem parte da minha alimentação básica, e o café, aaaa o
café, temo dizer que é melhor que o do Brasil.
Medellín foi outra surpresa. A cidade é linda, moderna, e em
um free walking tour pelo centro da
cidade aprendi muitas coisas sobre a Colômbia de Pablo Escobar e das drogas,
mas também de como a cidade, e todo o país, estão se esforçando para mudar esse
cenário com seu moderno sistema de transporte público, de “cablecars” para os
morros, e também linhas de metrô de superfície. Realmente, a cidade não deixa à
desejar. Fiz também um passeio até Guatapé, uma pequena cidade próxima com uma
enorme pedra no meio de uma região de montanhas e lagos, com uma paisagem
encantadora.
Mas a maior descoberta que tive até agora nesse país foi
esse pequeno vilarejo chamado Salento, na região cafeeira do país. Uma cidade
com pequenas casinhas coloridas no meio de montanhas e com as maiores palmeiras
do mundo. Para chegar na cidade tomei um ônibus do moderno terminal de Medellín
e viajei seis horas de ônibus até quase chegar à Armênia, uma cidade ao sul de
Bogotá. O ônibus simplesmente parou no meio da estrada, e eu e outros viajantes
europeus (sim porque os brasileiros ainda não descobriram a Colômbia, só
Cartagena) atravessamos a estrada e esperamos um pequeno ônibus para nos levar
até o centro do vilarejo. Eu não havia feito nenhuma reserva de hostel, então
me aproximei de um grupo de ingleses e fui parar nessa pousada que parece mais
uma casa de boneca. Adoro ser surpreendida assim, com lugares incríveis, com
pessoas adoráveis que deixam a viagem ainda mais interessante.
Aqui, nesse pequeno vilarejo, no primeiro dia fiz uma trilha
de quatro horas de caminhada em um parque, reserva natural, e no dia seguinte
um tour por uma fazenda de café. À noite fui jogar Tejo, um jogo que mistura
bocha, com explosões de pequenas bombinhas, times, e muitas risadas. Só jogando
para entender. Foi uma noite muito divertida.
A viagem pela Colômbia ainda não acabou, ainda tenho que
desvendar algumas pequenas cidades, vamos ver que outras surpresas o país
reserva para mim!
P.S: escrevi esse texto há mais de uma semana quando
ainda estava na Colômbia, por falta de internet não publiquei-o antes. Depois
disso ainda fui à Cali e Popayan. Agora estou no México,e em breve escreverei
sobre esse país maravilhoso.
Medellin |
Guatapé |
Tayrona |
Eu vou sentir saudade dos caramelos de café do Juan Valdez! O pacote que eu trouxe para meus colegas, está quase acabando e fui eu que amis comi!!
ResponderExcluirMamãe
*mais comi!!
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