Algum tempo atrás, assistindo ao filme Flores Raras (excelente
drama brasileiro lançado em 2013, dirigido por Bruno Barreto), logo nas cenas
iniciais do filme, em que a poetisa americana Elizabeth Bishop chega ao Brasil
de navio, lembrei da minha primeira vez chegando ao Rio de Janeiro também de
navio. Aaa, quanta nostalgia!
Acho que são poucas pessoas, em pleno século XXI, que têm a
oportunidade de conhecer a cidade maravilhosa sob o ponto de vista da Baia de
Guanabara. Lembro bem da sensação que tive. Se fechar os olhos consigo sentir o
cheiro do mar, sentir o sol, ver como era lindo o Cristo Redentor, lá no alto,
de braços abertos esboçando um sorriso, feliz em me ver chegar na varanda da
cabine do navio.
Estávamos na segunda edição da "Viagem das Filhas", era
fevereiro de 2008. Um cruzeiro, daqueles pacotes CVC, em que você paga para
duas pessoas, o terceiro passageiro paga metade do preço, e criança também paga
metade. Aí já viu né? Nem preciso explicar! Eu, meu pai e minhas duas irmãs
estávamos no cruzeiro mais aventureiro de todos os tempos. Detalhe, o cruzeiro
era “all inclusive”, ou seja, comida e bebida de graça o dia todo. BE-BI-DA de
graça o dia todo! Era fevereiro, período de férias pós-carnaval. Pencas de
famílias aproveitando as promoções, grupos de amigos dançando Axé na beira das
minis piscinas do navio e bebendo até cair, um verdadeiro “show de horrores”.
Eu e minha irmã mais velha resolvemos que passaríamos o
tempo que estivéssemos dentro do navio alcoolizadas, e bebíamos Cosmopolitan
dia e noite. Sábia decisão madura! Meu pai e minha irmã menor não saiam da
cabine onde eles assistiram a toda programação de filmes do navio. Quando
parávamos em terra aproveitávamos para conhecer as cidades, e foi assim que
pisei pela primeira vez no Rio de Janeiro.
Descemos no porto do Rio, pegamos uma van e fomos direto
para o Corcovado para tentar tocar o pé do Cristo Redentor. Foi lindo ver o Rio
de Janeiro lá de cima. É claro que havia um milhão de turistas e era impossível
conseguir tirar uma única foto, mas mesmo assim valeu subir até lá para ouvir
as explicações do “homem bússola” (meu pai) sobre a cidade em que ele morou
quando era criança.
Nessa primeira vez no Rio de Janeiro foi isso que eu vi: uma
cidade linda, única (como eu gosto de dizer), com uma beleza natural
estonteante, com o verde do morro, com pessoas alegres, com um céu azul, e ainda
quando o navio estava deixando o porto eu vi o Museu do Niemeyer de Niterói.
Que maravilha! Que obra de arte! Só um gênio como o Niemeyer para projetar algo
como aquele museu. Foi uma bela despedida, deixando um gostinho de quero mais!
Parte II
Não sei bem quando o Rio de Janeiro passou a ser uma paixão
na minha vida. Talvez depois do meu primeiro Carnaval, ou talvez depois de
algum pôr do sol no Arpoador, um fim de tarde em Copacabana, depois de um Chopp
no Leblon, ou quem sabe de uma aterrisagem no Santos Dumont, numa caminhada num
dia de semana na Av. Rio Branco, ou depois de uma noite de samba na Casa Rosa.
Realmente eu não sei. Só sei que essa cidade é medonha, é sacana, é até um
pouco indecente, às vezes acho que devia ser proibida para algumas pessoas,
pois pode se tornar viciante, como aconteceu comigo.
Depois que mudei para São Paulo passei a acompanhar umas
obras no Rio de Janeiro e as minhas visitas tornaram-se frequentes. E aí uma
coisa leva a outra, fiquei um final de semana com a Olívia na casa de sua tia, e
depois passei a vir pra casa da própria Olivia no Catete. Foram inúmeras as vindas
ao Rio, três carnavais com os amigos de Porto Alegre, algumas estadias na casa
da Fran, em Niterói, algumas vezes em hotéis, em apartamentos alugados e até
num hostel eu já fiquei.
A despedida
Fico pensando em tudo o que aconteceu comigo nessa cidade.
Os inúmeros encontros com grandes amigos, as paixões de Carnaval, os novos
amigos que fiz, as boas risadas, os lugares que conheci e vi. E tento entender
porque essa cidade é tão especial, o que há nela que me deixa assim, tão
apaixonada? Não sei bem responder, mas imagino que a resposta esteja nas
pessoas, nas pessoas que estão por aqui e que cruzam meu caminho todas as
vezes.
E por tudo isso eu precisava vir me despedir da cidade, precisava
passar pelos lugares e resgatar as boas lembranças que essa cidade me
proporciona. Foi maravilhoso, acho que ela ficou feliz em me ver. Será um “até breve”, logo volto para reencontra-la...
disso eu tenho certeza!
P.S: Obrigada especial a minha amiga Olivia que permitiu que
sua casa fosse também minha nessa última semana! Te amo florzinha, você também
torna essa cidade ainda mais especial.
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Com os novos amigos |
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Itacoatiara, paraíso na terra |
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Em Niterói, estilo Sex and the City! |
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No Maracanã em construção |
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Bixcoito Globo e Mate |
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Aaaa o Rio! |
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Asa Delta |
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Com as amigas de POA |
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Com bons amigos |
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Carnaval! |
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No tubo do Madureira |
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Pôr do sol |
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No jardim botânico |
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Amigos |
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Outro Carnaval |
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MAR |
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O centro do Rio! |
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