Faltam SÓ três dias! Setenta e duas horas, 30 minutos e
alguns segundos (provavelmente bem menos agora que você está lendo isso), e eu estou
com medo, muito medo. Não! Não! Alegria... ansiedade? Nervosismo?
Gostaria de saber descrever todos os sentimentos que têm tomado conta de mim nos últimos dias, mas acho que é humanamente impossível. Impossível porque eu mesma não sei que sentimentos são esses. Tenho tentado identificá-los a cada hora que passa, mas são tantos que as vezes o choro confunde-se com a risada.
Acordei feliz depois da noite reconfortante, passadas algumas horas gritei de alegria com um email que recebi de um possível trabalho na Colômbia, há 30 minutos atrás esbravejei de raiva com uma ligação da corretora. Ainda pela manhã chorei, chorei e solucei depois de uma decepção boba. Aaaa, e teve o momento em que fiquei confusa para tomar uma decisão importante, e em seguida fiquei tão ansiosa que deu dor de barriga. Cinco minutos atrás briguei com o meu cérebro que criava expectativas de coisas que podem não acontecer, e há uns 2 minutos atrás sorria pelo almoço delicioso que tive.
E isso tudo aconteceu nas últimas horas, se eu juntar todas as horas dos últimos dias devo identificar uns 200 sentimentos diferentes. Tudo bem, eu sei que essa confusão mental é normal, que qualquer um que passa por uma situação de mudança, que encara o desconhecido, sente um frio na espinha. Já ouvi isso de muita gente: é normal, vai passar!
Mas enquanto não passa tenho tentado lidar com tudo isso da melhor maneira possível. Respirar fundo, chorar de vez em quando, manter a calma e continuar com um pé depois do outro. Acho que o segredo é esse. Pelo menos pra mim tem funcionado bem. Tento evitar ao máximo os pensamentos ruins, as saudades que me consomem, fujo desesperadamente desses pensamentos toda vez que eles surgem, e tento ser positiva. Isso é uma coisa que descobri há pouco tempo atrás, que sei fazer bem. Ter pensamentos positivos, saber que tudo vai dar certo, ver o melhor de cada situação, sorrir sempre, e aí a energia boa flui, tudo começa a dar certo, e o mundo sorri de volta!
Não significa que dar esses passos seja algo fácil. Confesso que já pensei em voltar atrás algumas vezes, de pedir meu emprego de volta, de dar uma pausa e voltar a fita lá pro início onde ainda era possível fazer tudo diferente e pensar diferente.
Mas a vida é assim, existem coisas que simplesmente não voltam. Eu provavelmente nunca conseguirei viver numa vida padrão, dita por aí como normal. E sei que o simples fato de embarcar num avião e cruzar uma fronteira não mudará as coisas. Não é porque estarei num país que fala outra língua que deixarei de lado todos aqueles hábitos que incomodam, ou que serei mais saudável, ou que serei mais calma, que pensarei diferente, que meus problemas sumirão, ou que voltarei ao Brasil e encontrarei o emprego dos sonhos. Achar isso seria uma ilusão.
A minha esperança, e o caminho que pretendo encontrar, é de quando chegar a hora de voltar ao Brasil continue sendo a Marina. Talvez não exatamente a mesma, mas a Marina que algumas pessoas conhecem na sua essência, a Marina confusa do dia de hoje mas com um repertório muito maior, com poucas certezas e muitas dúvidas, muito mais confiante, com uma vontade ainda maior de viver e se permitir, de fazer o bem, de mudar o mundo e as coisas que estão erradas, uma Marina tão feliz e agradecida como a que hoje escreve isso.
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