Viajei de ônibus, trem, barco, carro, e avião. Fui de bicicleta, andando, de mototáxi, riquixá, metrô, charrete e cavalo. Dormi em quarto com 12 pessoas, com 6, com 4, sozinha, em hotel, airbnb, sofá de amigo, cadeira de aeroporto, barraca e colchonete no chão. Tomei banho frio no inverno, e pelando no verão, fiquei sem banho alguns dias. Comi coisas que não sei o nome, passei fome, comi até morrer, cozinhei, compartilhei comida com estranhos, estranhos compartilharam comida comigo. Fiquei com frio, muito frio, fiquei com vergonha, perdida, com medo, ansiosa, indecisa, triste e muito feliz.
Visitei 17 países, 64 cidades em 184 dias.
Quando há exatos 6 meses atrás bati a porta da minha casa em São Paulo, deixando tudo pra trás, sentia que aquela era a grande chance para experimentar o desconhecido e me reinventar. O que eu não sabia é que o pano de fundo sim mudaria, mas eu, continuaria a mesma. Seria necessário um grande esforço para a mudança que eu tanto desejava acontecer.
A rotina agora é diferente, mas ainda existe, cometo os mesmos erros, apenas com diferentes pessoas em diferentes cenários. Reafirmo coisas que não sou, encontro o passado no meu caminho e me agarro à ele com unhas e dentes, numa resistência ao novo. Tento controlar o incontrolável, o rumo da vida, os sentimentos no meu coração.
Viajar, definitivamente é uma fuga, é a desculpa perfeita para fazer coisas que não se faria estando diante dos olhos de quem lhe conhece. É libertador, deixa o mundo sem limites, empodera, da força, e confiança. É como uma droga, vicia.
Viajar, acima de tudo, traz auto conhecimento. E como se o olhar pra fora, para as novas paisagens, ajudasse a enxergar o lado de dentro.
Não sei o que será daqui pra frente. No meu caminho só incertezas. O que agora sei, passado-se os seis primeiros meses, é que quero ser uma pessoa melhor, aceitando as minhas fraquezas, admitindo minhas limitações, num eterno exercício de rever atitudes, posicionamentos e opiniões.
E assim sendo, embarco hoje em uma nova viagem. Que venham os próximos meses!
Que lindo Má, até me arrepiei! *-*
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