domingo, 24 de agosto de 2014

La Paz, Bolívia.

La Paz, a cidade das ladeiras, não é uma cidade bonita. Ai se os bolivianos me ouvem falar isso sobre a cidade que eles têm tanto orgulho! Mas a verdade é essa, a cidade é antiga, as casas não têm reboco, não há árvores, é muito suja, sem calçadas e com uma poluição visual que me deixou um pouco tonta logo que cheguei lá.
O trânsito é uma loucura, parece não haver regras de trânsito, e de alguma forma “mística” as pessoas e os carros encaixam-se num fluxo contínuo. No meio de buzinas e com um pouquinho de jeitinho os pedestres vão passando e os carros velhos e os ônibus do século passado, movimentando-se. Acontece que a beleza de La Paz está exatamente nessa confusão e em como as pessoas adaptam-se tão bem à ela. A impressão que se tem é que não poderia ser diferente!
Os bolivianos correm pela manhã. Por todo o lado que se olha tem alguém correndo. Parece que todo mundo, mas todo mundo mesmo está atrasado para chegar ao trabalho ou a escola.
Eles não usam copos plásticos. Eles tomam sucos e outras bebidas estranhas em sacos plásticos. Os bolivianos gostam de comer na rua. Todo o tipo de comida é vendido na rua, e não é só comida pronta, as pequenas bancas vendem de tudo, de eletrodoméstico, a produtos de limpeza e cereais. Para uma população de quase 2 milhões de habitantes existem somente 20 supermercados na cidade, e todos localizados na parte "rica" da cidade.
As mulheres bolivianas, as cholitas, são fortes, e carregam seus filhos nas costas ladeira acima com a maior facilidade. Elas usam aquelas saias rodadas para que seus filhos maiores agarrem em suas pontas e elas não precisem preocupar-se em dar a mão para cada uma delas.
A comida é barata, muito barata. Almocei em um dia por R$4,00, e o meu lanche preferido, chips de plátano custavam apenas R$ 0,30. Eu passei em La Paz uma semana e durante os dias em que estive lá fiz algumas coisas interessantes.


Walking Tour - Participei do tour The Red Cap,  em que aprendi um pouco sobre a cultura e a história da cidade. Foram duas horas caminhando pelo centro da cidade e ouvindo histórias da prisão São Francisco, das Cholitas e outras mais. Recomendo.
Tihuanaca- Em um dia de tour, conhece-se essas ruínas. No dia em que estive por lá tive a sorte de acompanhar um ritual de agradecimento. Foi muito interessante.
A Estrada da Muerte- Fiz um tour de bike pela estrada de terra, com paisagens maravilhosas. Quatro horas descendo suas estradas curvas e íngremes, com uma galera muito legal. Foi super emocionante e muito bonito.
Chalcantay- É uma montanha que fica acima de 5 mil metros de altura, em que em uma trilha aparentemente fácil (uns 200 metros de subida) chega-se ao cume. A montanha antigamente era uma estação de ski, hoje serve de exemplo do “aquecimento global”. Não existe mais muita neve, nem ski em seu topo. Assim mesmo continua sendo um lugar incrível.
Vale da Lua- um lugar interessante, nas redondezas da cidade.
Um dia antes de ir embora consegui subir a ladeira ao lado do meu hostel sem parar nenhuma vez, antes disso usava os bancos do caminho para recuperar o fôlego. A altitude da cidade, que está a 3.660 kms acima do mar, deixa qualquer um sem ar. No dia em que fui embora fiquei feliz, por ter descoberto essa cidade, mas também por a estar lá deixando-a. Acho que foi o suficiente dessa confusão toda para mim.

Eu e a cidade !

3 comentários: