domingo, 23 de outubro de 2016

Sobre o amor

Ontem à noite, com uma taça de vinho na mão, aninhada em meus travesseiros, antes de encarar mais alguns episódios de mais uma temporada no Netflix, resolvi assistir à um TED Talk sugerida por um dos meus colegas de trabalho, "The power of Vulnerability".

Uma excelente ideia para um sábado à noite, depois de um dia cheio de emoções, de preocupações com o futuro, com o trabalho e com a vida. Sim, eu estava extremamente vulnerável e acredito que a melhor opção seria assistir a um filme de ação, com perseguições de carro em alta velocidade, mas decidi, em sã consciência, assistir ao vídeo intitulado O poder da Vulnerabilidade.

O vídeo em questão, iniciava falando sobre conexões humanas. Sobre a habilidade do indivíduo empatizar com outros, de amar, de ter coragem de viver a vida com o coração. A oradora concluía dizendo que pessoas que aceitam a vulnerabilidade, e aceitam não ter controle das situações, vivem suas vidas de forma mais plena. Bom, isso é um resumo simplista sob o meu ponto de vista. Mas acontece que depois disso parei para refletir ainda mais sobre a minha própria vida.

Voltando um pouco no tempo, semana passada participei de um evento da empresa em que trabalho, em Florianópolis. Foi um fim de semana intenso, cheio de acontecimentos. Já na primeira noite no hotel tive uma "crise de pânico". Foi assim que eu apelidei esse momento em que eu perco o controle de tudo, das minhas emoções e reações, do meu corpo e até da minha respiração. Foi um momento que eu estive totalmente vulnerável, morrendo de vergonha, querendo entrar num buraco e aparecer no Japão. Passada a situação, no outro dia pela manhã, consegui admitir e explicar com palavras a minha fraqueza. Foi a primeira vez na vida que consegui falar disso com outra pessoa, e admitir o problema.

Vai entender a vida e o ser humano, mas acho que esse momento de vulnerabilidade extrema, e de "aceitação" de quem eu sou, foi super importante para todo o resto que sucedeu-se. E foi participando das conversas com pessoas tão parecidas comigo em muitos aspectos, e tão diferentes em outros, que eu fui estabelecendo conexões, e ideias foram se juntando, para no fim, depois de muitos aprendizados, concluir três fatos sobre mim:

  1. Eu preciso de momentos para discutir ideias. Eu sou idealizadora, eu sou sonhadora e sempre acho que é possível fazer diferente. Então, eu preciso de momentos que fujam do imediato, do dia-a-dia de responder emails e assistir a vídeos no Youtube. Eu preciso disso pra entender o real impacto das minhas ações, que estou fazendo algo maior e que vai muito além das oito horas diárias de trabalho.
  2. Eu gosto de resolver questões difíceis. E quando não há nenhum problema para ser resolvido eu me desinteresso. Eu estou sempre a procura de algo desafiador, e por isso que eu sou tão questionadora, que eu não aceito o imposto, que eu abomino o que é igual, o que é padrão. Não que resolver problemas traga felicidade, mas não resolve-los ou aceitá-los, é que me deixa infeliz!
  3. E eu descobri, que o que mais me fascina são as pessoas. Mais que viagens e lugares distantes, pessoas me despertam a curiosidade, me envolvem, me tiram do sério e me irritam. As pessoas não são lógicas, não são previsíveis. E é pelas conexões com as pessoas que acredito que a vida vale a pena. É me entregando de corpo e alma, sem medo e sem vergonha, que eu aprendo, que eu troco, evoluo, e me torno uma pessoa melhor. "Sem o amor eu nada seria".

Voltando ao vídeo da noite passada, eu acho que estou no caminho para entender e aceitar as minhas vulnerabilidades (e agora compartilhando elas aqui). Eu entendi que para mim é impossível amar e ser feliz sem ser vulnerável, sem me entregar, sem mostrar minhas fraquezas. Eu estou tentando viver de verdade, com coragem, mais perto do coração, nutrindo as conexões com as pessoas, não concordando com o imposto, fugindo das aparências, aceitando quem eu sou e que eu mereço, lutando pelos meus sonhos no mundo real.

Vejo o amor no horizonte!

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